segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sessão de Autógrafos com o Autor Felipe Pena - Primavera Editorial

Em seu décimo quinto livro, Beijo na testa é pior do que separação – Crônicas do fim de tudo, o escritor, jornalista, psicólogo e professor Felipe Pena aborda um tema universal em suas diversas nuances: o fim. 
A obra – lançada pela Primavera Editorial – contará com Sessão de Autógrafo no Rio de Janeiro, em 13 de novembro, a partir das 18h30, na Livraria da Travessa (Rua Visconde de Pirajá, 572 – Ipanema)
O evento contará com as participações especiais das atrizes Fernanda Rodrigues, Ingra Liberato e Babi Xavier, lendo algumas das crônicas.
Beijo na testa é pior do que separação traz crônicas escritas em um estilo singular que mistura lirismo e bom humor. Embora o fim das relações amorosas permeie a obra, Pena consegue falar sobre a separação sem cair na desesperança. Estão presentes nas crônicas muitos outros “fins”, alguns talvez ainda mais dramáticos do que os rompimentos amorosos. O fim da vida, por exemplo, é tratado pelo autor com fina ironia na crônica “Instruções para o meu funeral”. Política, jornalismo, literatura e o Rio de Janeiro – cidade do autor – são temas abordados sempre sob a ótica da separação. No total, são 40 crônicas, incluindo inéditas e também algumas publicadas em revistas, jornais e em outros livros.
Em outros gêneros, Felipe Pena também tem demonstrado o mesmo talento. O autor acaba de ser indicado pela segunda vez ao Prêmio Jabuti por “No jornalismo não há fibrose”, coletânea de ensaios críticos sobre a imprensa. Pena concorreu em 2011 ao prêmio com a biografia de Adolpho Bloch, “Seu Adolpho”. Em outra vertente, o romance “O verso do cartão de embarque” – que integra sua Trilogia do Campus – está sendo adaptado para o cinema. E como se não bastasse, o acadêmico “Teoria do Jornalismo” já foi publicado em 14 países. Além da carreira literária, Felipe Pena atua como professor da Universidade Federal Fluminense e diretor na TV Globo.

TRECHOS DO LIVRO
Páginas 11 e 12
Crônica “A saudade é minha culpa”
“(...) Mas se você estivesse aqui, tudo seria diferente! Se você estivesse aqui, pela oitava e única vez, prometo que tudo seria diferente. Se você estivesse aqui, eu ouviria os comentários sobre meu egoísmo, concordaria com as mudanças, aceitaria as críticas, não me importaria com a verdade.
Se você estivesse aqui, o teu egoísmo não seria necessário. Se você estivesse aqui, alugaríamos um apartamento bem pequeno para que os desencontros acabassem se encontrando. Se você estivesse aqui, chegaríamos no mesmo passo, enfrentaríamos a chuva, dividiríamos a capa e a marquise.
Se você estivesse aqui, comeríamos no mesmo prato, dividiríamos a carne, beberíamos o licor no copo de vinho. Se você estivesse aqui, levaria teu avô ao médico, cuidaria do teu pai, educaria teu irmão e te daria um filho.
Se você estivesse aqui, trocaria os pronomes só pra te incluir na minha gramática do caos.

Páginas 16 e 17
Crônica “O amor não discute, vai embora”
“(...) Deslizou o corpo pelo sofá, segurando no braço, para não cair. Olhou reto, certeira, nos olhos dele. Uma lágrima insistia em romper o bloqueio emocional, mas ela a segurou, refez o dique. Enxugou o canto, discretamente, dilatando a pupila para disfarçar. Ele se aproximou, curvou o corpo, tentou beijá-la na testa, mas ela o afastou. Beijo na testa era pior do que separação.

Página 31
Crônica “A alvorada dos apaixonados”
“(...) Era uma história de amor muito improvável. Tão improvável como só as verdadeiras histórias são. Um amor de claustro, amor furtivo, amor nas entrelinhas. Um amor construído na alcova, longe dos olhos de todos, para não chocar os incrédulos.
Dilma morava numa cidade periférica. Michel em uma grande metrópole. Ela tinha canelas finas e joelhos ralados pela vida no campo. Ele andava de terno, usava relógios caros e frequentava rodas literárias de qualidade duvidosa, embora se declarasse fã de Otto Lara Resende e outros mineiros ilustres, o que era uma afronta para os paulistas, seus fiéis correligionários.

Página 71
Crônica “A interpretação dos sonhos”
Crônica não é conto de fadas. Ninguém encontra o teu sapato, minha querida leitora. Na melhor das hipóteses, fique satisfeita com um paletó por cima dos ombros. O tintureiro no dia seguinte. Um belo café no sábado de manhã.
Afinal, quem precisa de fadas?
 Diante de tantos trabalhos diferentes – embora todos sejam norteados pela palavra –, no posfácio de Beijo na testa é pior do que separação,Pena afirma que escreve na esperança de que seus textos se tornem garrafas ao mar. "Não quero convencer ou ilustrar, apenas levanto discussões", afirma. 

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