RESENHA: A Culpa é das Estrelas - John Green

" Me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: Gradativamente e de repente, de uma hora para outra."

(Hazel Grace)

Quase todo mundo que eu conversava me diziam: - "Você tem que ler este livro! - Amei! - Eu chorei muito!" E etc, etc, etc... Mas eu, que ainda não tinha lido, fiquei curiosa, na verdade muito...curiosa.

Então como ainda não tinha comprado, e também não tava a fim de pegar emprestado... li através do e-book. 

O livro A Culpa é das Estrelas do autor John Green é uma história linda. Um romance entre dois adolescentes, que juntos procuram superar o câncer, através do amor e da amizade. 

Hazel Grace é uma jovem de 16 anos, com câncer de pulmão, que tem plena consciência de que vai morrer, mesmo testando vários medicamentos, que apenas prolongam a sua vida (ou a sua dor) e anda sempre com um cilindro de oxigênio ("Felipe" como ela o chama). Uma garota que tenta seguir seu destino da melhor maneira possível, do seu jeito.

E o jeito de Hazel seguir a diante e se fechando em casa, assistindo seu seriado preferido com a mãe, já que o pai não gosta muito, e lendo seu livro favorito Uma Aflição Imperial (ou melhor relendo várias vezes). Mas como sua mãe é uma mãe super zelosa, preocupada, cuidadosa, assim como o pai também é, os dois juntos, forçam para que Hazel participe de um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer. Meio que a contra gosto, ela aceita e lá conhece aquele que iria mudar todo o seu mundo. 

Augustus Waters, Gus, também um adolescente sobrevivente do câncer, de 17 anos, com uma perna mecânica (consequência da doença), é um garoto super descolado, alegre, brincalhão e... apaixonante! Eu mesma o achei demais. Amei seu jeito de ser. Mas voltando ao personagem, rs... Gus ao ver Hazel no grupo de apoio, se apaixona por ela. Mas como a maioria das meninas, ela não acredita muito nisso, já que se acha completamente feia e sem graça, ainda mais com a cânula (uns canudinhos para respirar o oxigênio) no nariz o tempo todo.

" Por que você está olhando pra mim desse jeito?

Ele deu um sorrisinho.

- Porque você é bonita. Eu gosto de olhar para pessoas bonitas, e faz algum tempo que resolvi não me negar os prazeres mais simples da existência humana."

Com o tempo Hazel vai conhecendo melhor aquele garoto lindo. Se tornam amigos e... juntos vão descobrindo que a doença é apenas algo imposto pelo destino, e tentam superar com muita humor. Até uma viagem fazem juntos, com ajuda é claro do apaixonante Gus. 

Hazel, como eu disse, é louca pelo livro "Uma Aflição Imperial" do autor Peter Van Houten. Mas para Hazel apenas um livro era pouco, e ela queria saber mais sobre seus personagens preferidos. Sem nenhuma resposta aos seus muitos e-mails e cartas enviados ao autor, Hazel não se conformava com aquele final do livro.

Então Gus, (que também lera o livro, emprestado por Hazel, claro!), também ficou achando que a história ainda não tinha chegado no fim, não do jeito que eles queriam, e conseguiu passagens para Amsterdã, para encontrar com Peter Van Houten e pedir pessoalmente explicações para aquele final, e claro, uma continuação da história (tipo livro 2). Mas eles não vão sozinhos para Amsterdã, a mãe de Hazel vai junto com eles, (pra mim é como se fossem sozinhos, que mãe mais liberal aquela!... rs).

Mesmo sendo uma história onde acontecem fatos que entristecem e muito, mesmo sendo sobre adolescentes (outros personagens fazem parte do livro com a doença) com câncer, com muitas idas e vindas no hospital, cenas tocantes e que fazem refletir , eu achei uma história linda, com pitadas de humor, fatos engraçados e apaixonantes. Um romance onde o final é ditado pelo destino, mesmo que este demorou 1, 2 ou 3 anos pra chegar e te fazer sair de cena sem tempo de escrever FIM.

Este é um romance que vale a pena conhecer, mesmo que depois você fique com saudades dos personagens, como eu fiquei do Gus.

* Em seu blog, Green afirmou que "o título é inspirado em uma famosa cena da peça de Shakespeare: Júlio César (Ato 1, cena 2). O nobre Cassius diz a Brutus: "A culpa, caro Brutus, não é de nossas estrelas, mas de nós mesmos, que somos subordinados.